Há pessoas que pensam, de maneira equivocada, que a infância é uma época da vida na qual não há sofrimento. As crianças podem sofrer sim, mas é preciso uma atenção especial e sensibilidade para perceber o que ela está comunicando com o seu comportamento. É raro uma criança dizer com todas as palavras que está sofrendo e pedir por ajuda. Muitas vezes o seu sofrimento se manifesta de outras formas, como mudanças em seu comportamento, passar a ir mal na escola, apresentar problemas na alimentação ou no convívio social, através de retraimento ou agressividade, por exemplo. Antes de iniciar o acompanhamento psicológico de uma criança são feitas entrevistas com os pais e com a própria criança, visando conhecê-la e entender melhor o caso. Quando chega-se à conclusão de que essa criança precisa de atendimento, ele é realizado de maneira lúdica entendendo que é sobretudo através do brincar e do fantasiar que a criança manifesta suas dificuldades, emoções e sentimentos.

O adulto procura atendimento quando está sofrendo por um motivo específico ou quando busca por um maior autoconhecimento. Acontece também de a pessoa sentir uma angústia aparentemente sem motivo, muitas vezes vindo acompanhada de sensações corporais ruins. Outras vezes, ainda, por não ter recursos para lidar com algum sofrimento psíquico, a pessoa acaba sentindo no corpo um desconforto para o qual não são encontradas explicações orgânicas. O trabalho psicanalítico é singular e individual, respeitando o tempo e o ritmo de cada pessoa. Se baseia não em dar respostas às perguntas feitas, mas em trazer questionamentos para auxiliar a própria pessoa a encontrar as soluções dentro de si. A ideia é oferecer um espaço baseado na confiança e no sigilo para que a pessoa possa falar livremente e ir percebendo, com a ajuda da profissional, o seu modo particular de ver o mundo e entender sua história. Dessa maneira pode ir encontrando e construindo novos significados às suas vivências e sentimentos.